Vinhos: divinos e democráticos - Parte 2

Nossa série sobre vinhos continua. Agora que já demos dicas básicas de degustação, é hora de conhecer os principais tipos de uva e saber como combinar seu vinho com aquele prato especial.

28/08/2014

Vinhos: divinos e democráticos - Parte 2

Vinho para iniciantes: Tipos de uva e harmonização

 

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Na semana passada iniciamos a série “Vinhos: divinos e democráticos” com dicas básicas para explorar os sentidos na degustação da bebida.

E já que estamos nesse assunto, é legal lembrar que há um tempinho o Permita-se Viver já havia dado algumas Dicas sobre vinho, abordando suas categorias (tinto, branco, rosé e espumante) e algumas possíveis combinações.
Agora, continuando nossa série, vamos nos aprofundar um pouco mais - mas sem complicar - citando os principais tipos de uva e como cada uma pode harmonizar melhor com determinados pratos.

 

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Dicas de ouro

- Siga seus gostos e descubra suas próprias afinidades. Vinho é questão de paladar e não há regras, apenas sugestões de combinações mais assertivas.

- A máxima “vinho branco deve acompanhar peixes e vinho tinto, carnes vermelhas” não é absoluta. Peixes também podem ser acompanhados por vinhos tintos, contanto que sejam vinhos leves.

- Mais do que o prato em si, o que deve ser levado em conta é o equilíbrio da intensidade de sabores, considerando temperos, acidez, molhos, etc., e também o corpo do vinho (leve, médio ou encorpado). Comidas mais pesadas ou que possuam molhos mais elaborados pedem vinhos encorpados, já os pratos mais delicados, pedem um vinho leve.

- Frutos do mar são um convite à bebida mais ácida.

- Quanto mais escura for a carne do peixe e quanto mais marcantes forem os temperos, maior será a estrutura do vinho. Ele tem que ser tão marcante quanto o tempero.

 

Conheça as principais uvas e algumas sugestões de harmonização:

 Tintos: 

Cabernet Sauvignon: Considerada a rainha das uvas. Nobre, produz os mais famosos vinhos tintos de Bourdeaux, na França. Seu vinho é encorpado e de coloração intensa, com buquê (aroma) que evoluem com o envelhecimento e possui muito tanino.

Vai bem com: Pratos como carne vermelha ou massas com molho à bolonhesa, por exemplo.

Merlot: Também cultivada em Bourdeaux, é um dos mais requisitados tipos para a produção do vinho tinto, que possui coloração intensa, além de corpo e envelhecimento médios. Similar à Cabernet Sauvignon, porém mais suave.

Vai bem com: Carnes vermelhas, grelhadas, frango, peru, vitela, pato, salame e queijos como ementhal e brie. Também combina com peixes mais gordurosos, como atum e salmão (só para quebrar um pouco do estigma do peixe sempre com vinho branco).

Malbec: Embora originária da França, é na Argentina que ela produz os melhores vinhos tintos, encorpados e frutados. É mais suave que a Cabernet e a Merlot, ou seja, tem menos tanino se comparada a elas.

Vai bem com: O Malbec encorpado vai bem com lombo de porco, churrasco, molhos consistentes como barbecue e queijos fortes. Se for mais leve, combina com massas simples, pizza, cordeiro, carnes vermelhas magras grelhadas ou assadas.

Castelão: Uva tinta portuguesa conhecida por Periquita e produz o vinho do mesmo nome, altamente vendido no Brasil. Por vezes, entra na composição do Vinho do Porto.

Vai bem com: Massas, aves, assados de carne suína e de bacalhau.

Pinot Noir: Responsável pelos mais famosos e elegantes tintos franceses da região da Borgonha, Seu vinho é delicado e de aroma frutado. No Brasil, a uva é muito utilizada para a elaboração de espumantes.

Vai bem com: Salmão, atum, peixes leves e grelhados em geral, sopas, queijo brie e pratos simples com aves.

Carmenére: Uva da região francesa de Bordeaux que, por estar quase extinta na região, passou a ser encontrada e facilmente adaptada no Chile. Seu vinho possui frescor, corpo médio, cor vermelha intensa, taninos delicados, sendo mais suave que um Cabernet Sauvignon. Deve ser bebido preferencialmente ainda jovem.

Vai bem com: Carnes vermelhas com pouca gordura, massas ao molho de queijo, comidas condimentadas, exóticas e queijos maduros.

 

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Brancos:

Chardonnay: Originária da Borgonha, é a uva mais tradicional na produção de vinhos brancos. Produz vinhos sofisticados e encorpados.

Vai bem com: Saladas, massas com molho pesto ou branco, queijos como gouda, brie e suíço, peixes e sopas.

Moscatel: Digamos que é uma uva democrática, pois é bem cultivada em diversos países. Bastante adocicada, aromática e com baixo teor alcoólico, geralmente é usada em vinhos suaves e espumantes.

Vai bem com: Sobremesa, como salada de frutas, baunilha, creme de papaia e chocolate.

Sauvignon Blanc: Produz os vinhos brancos secos mais famosos de Bordeaux, porém é na Nova Zelândia que ela possui seu mais alto padrão de qualidade. Um vinho que esbanja frescor, ideal para momentos relaxantes à beira da piscina.

Vai bem com: Moqueca de peixe, queijo ementhal e saladas. Geralmente combina com peixes e frutos do mar, mas como já dissemos, é preciso levar em conta o molho e condimentos usados.

 

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Já o vinho do Porto é produzido exclusivamente a partir de uvas tintas provenientes da região Demarcada do Douro, no norte de Portugal. Consideram-se três tipos de vinhos do Porto: Branco, Ruby e Tawny. Diferencia-se dos demais pelo alto teor alcoólico e pelo açúcar natural da sua uva, o que o faz doce em sua maioria.

Vai bem com: Doces como chocolates, pudins, bolos, frutas secas, doces à base de amêndoas. Mas também pode cair bem com aperitivos, como patê de presunto, queijos azuis e alguns pratos leves, como massa folhada.

 

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Agora que você já sabe escolher o vinho ideal para o seu momento, degustar e harmonizar esse néctar com aquela comidinha gostosa, precisa fazer bonito na hora de falar sobre vinhos. Se você se enroscou na leitura achando que buquê tinha a ver com flores, que vinho encorpado deve vir em garrafas mais robustas (tipo saradas) e não faz a mais remota ideia do que é tanino, aguarde nossa próxima edição com o nosso “eno-dicionário” e mais algumas curiosidades.

 

 

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