Vinhos: divinos e democráticos – Parte 3

 

Vinho para iniciantes: Curiosidades

 

Para encerrar nossa série com dicas básicas aos ingressantes no mundo do vinho, vamos revelar algumas curiosidades e publicar uma espécie de “eno-dicionário” para você ficar por dentro dos termos mais comuns que envolvem essa bebida e poder falar bonito por aí.

 - Você sabe a diferença entre vinho suave, doce e seco?


Esses termos designam a graduação de açúcar do vinho. O vinho de qualidade tem açúcar originário da uva. O artifício de adoçar com açúcar de cana, por exemplo, acima do que é permitido por legislação, só é usado para rótulos inferiores. 

Assim: o vinho seco tem doçura imperceptível e é elaborado com uvas nobres, como cabernet sauvignon, merlot, entre outras. O vinho doce, embora gere confusão, é um vinho de boa qualidade e refere-se aos vinhos de sobremesa, com sabor adocicado e intenso. Já o termo vinho suave tanto pode descrever um vinho que ao paladar é macio e aveludado como pode se referir aos vinhos com qualidade mais baixa, feitos de uvas comuns, americanas, como Niágara, Isabel, Concord, etc., e com alto teor de açúcar.

 



 

- Quem toma vinho com moderação (uma taça por dia) tem menos chance de desenvolver depressão. Mas olha lá hein, é com moderação! Quem ingere álcool em excesso pode desencadear o efeito contrário.

- O vinho pode ser uma ótima alternativa para quem não quer levar agulhadas no rosto mas quer  prevenir os efeitos da idade. Isso porque ele possui resveratrol, substância com propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias.

- Essa já é conhecida: vinho faz bem ao coração. Pesquisas indicam que a ingestão moderada de vinho tinto promove elevação de cerca de 12% nos níveis de HDL – colesterol bom.

- Sorria! Tomar vinho pode combater infecções bacterianas na boca e, segundo cientistas, é uma poderosa arma contra as cáries e gengivites.

- A famosa frase “Vinho: quanto mais velho, melhor” não é realidade absoluta. Cerca de 90% dos vinhos são produzidos para consumo rápido e não para envelhecerem. Assim, se você guardar por anos e anos aquele vinho comum que não foi feito para ser tomado tardiamente, provavelmente encontrará algo mais parecido com vinagre do que com vinho na hora de beber.

 



 

Agora vamos ao nosso minidicionário:

Aberto: de cor clara.

Acidez: sensação de frescor na boca, detectada nas laterais da língua. Mantém o equilíbrio do vinho, mas não é boa em excesso.

Adstringência: sensação de secura devida aos taninos.

Amadeirado: odor e sabor de carvalho, devido ao processo de envelhecimento do vinho.

Aveludado: vinhos com textura suave no paladar.

Brut: termo utilizado para designar espumantes muito secos.

Buquê: aroma, resultante do envelhecimento do vinho.

Chato: nesse caso não é aquele cara que metido a bom entendedor; desse falaremos mais adiante. Chato é um vinho sem acidez ou um espumante sem gás.

Colheita tardia: é quando as uvas passam do tempo de colheita e apresentam maior teor de açúcar e álcool. Vinhos de colheita tardia são bem doces e de boa qualidade.

Corpo: sensação do vinho na boca. Há o vinho de pouco corpo, médio corpo e encorpado. Em vinhos tintos, o pouco corpo é percebido quando o líquido é mais translúcido, já o encorpado não possibilita que se enxergue através dele.

Curto: vinho mais simples, que não deixa gosto marcante na boca, ou seja, possui pouco retrogosto (calma, já falaremos o que é isso também).

Decantar: ato de transferir o vinho da garrafa para um recipiente de vidro ou cristal, chamado decantador, com o objetivo de deixar o vinho respirar para liberar seus aromas e para separar os sedimentos originários do envelhecimento.

 



 

Demi-sec: Ligeiramente doce.

Duro: vinho jovem, marcante e com alta acidez.

Elegante: é o vinho na medida certa, sem excessos: nem muito encorpado, nem muito tânico.

Enochato: esse termo não se refere ao vinho e sim a quem o bebe. É aquela pessoa que chega a um evento, certifica-se de que todos estão olhando, dá aquela rodopiada na taça, faz todo o ritual e começa a falar coisas complicadíssimas para mostrar que entende do assunto. Resumindo, é aquela pessoa que quer se aparecer mais do que quer ensinar de fato.

Fechado: vinho jovem, recém-engarrafado, que ainda não se revelou, ou seja, não liberou seus aromas, sabores e todas as suas qualidades.

Frutado: vinho com aroma de frutas.

Jovem: vinho geralmente frutado, com pouco tanino e acidez agradável, por exemplo: vinhos brancos, espumantes e vinhos brasileiros. Pode também significar vinho recém-fabricado, que pode e deve envelhecer.

Macio: vinho delicado, com taninos suaves.

Retrogosto: é o gosto que fica na boca após ingerir a bebida. Pode ser curto ou longo, bom ou ruim.

Safra: refere-se ao ano em que o vinho foi feito e que suas uvas foram colhidas.

Tanino: substância existente na uva que dá adstringência ao vinho. Em outras palavras, é ele quem causa aquela sensação de secura na boca. É fundamental para a longevidade, a estrutura e a base dos vinhos tintos.

E aí, gostaram da nossa série de dicas? Esperamos ter ajudado com o pontapé inicial nesse universo, um pouquinho complexo, mas delicioso e cheio de coisas a serem descobertas pela frente.

Tin-tin!